A Paróquia Santa Rita de Cássia, recebe no dia 02 de abril, Domingo de Ramos, a Preciosíssima Relíquia do Lenho da Santa Cruz de Cristo e um Fragmento da rocha do Santo Sepulcro (devidamente documentada em sua originalidade e validade)

 

 

Entenda tudo detalhadamente, com o artigo do Vatican News:

 

As relíquias da cruz de Jesus, uma peregrinação de séculos entre fé e arqueologia

 

Entre as relíquias da Paixão não é raro encontrar as dos fragmentos da Cruz. A descoberta de Elena, mãe de Constantino, suscitou enorme ressonância na época, contada por fontes hagiográficas e pela arte. A cruz foi dividida em três pedaços que foram levados às cidades mais importantes: Jerusalém, Constantinopla e Roma, sendo mais tarde subdividida para a adoração dos fiéis de todo o mundo cristão.

 

A cruz: o sinal que apareceu no céu que, como prometido, fez vencer a batalha na ponte Mílvio em 312, logo se tornou o próprio símbolo do império de Constantino, bem como da nova religião. A cruz traz em si a totalidade de Cristo e de seu desígnio de salvação sobre a terra. Nenhum outro símbolo é mais disruptivo e icônico. Nenhum é mais reconhecível e indelével.

 

A procura da cruz Verdadeira

 

Por esse motivo, se afirmou a intenção do imperador de concretizar a novidade buscando o autêntico lenho sobre o qual Cristo havia sido crucificado. O imperador apoiou a viagem de sua mãe Helena aos lugares sagrados justamente para buscar evidências tangíveis da nova religião. A imperatriz partiu e esteve na Palestina entre 326 e 328. Uma viagem arqueológica nas pegadas da vida de Jesus, sua Paixão e Ressurreição.

 

A pesquisa centrou-se precisamente na descoberta da verdadeira Cruz. Esta é uma história memorável, contada por alguns relatos do século IV e depois incorporada à Legenda Aurea(LXIV; CXXXII) e retratada em algumas maravilhosas obras de arte, como os afrescos de Agnolo Gaddi na Basílica da Santa Cruz em Florença (1380-90) e por Piero della Francesca na Basílica de São Francisco em Arezzo (1452-66). Também na Basílica de Santa Cruz em Jerusalém (Santa Croce in Gerusalemme) em Roma, as histórias da verdadeira cruz são representadas nos afrescos da abside pintados por Antoniazzo Romano e Marco Palmezzano entre 1492 e 1495.

 

Helena, como nos conta a tradição, conseguiu que lhe apontassem o túmulo de Cristo para que encontrasse a cruz recorrendo a alguns estratagemas. Ela encontrou três cruzes. Qual seria a autêntica? Ela tentou tocar com as cruzes uma mulher doente, e com uma delas o corpo recuperou a saúde. A cruz de Cristo havia sido identificada, as outras duas deviam ser dos ladrões. Um detalhe interessante é que a cruz foi encontrada ao lado do túmulo: portanto, de acordo com essas tradições, muitos objetos teriam sido reunidos no túmulo do Senhor. De fato, fala-se também da contextual descoberta dos cravos, assim como do Titulus Crucis.

 

Relíquias expostas no palácio imperial

 

Helena expôs as relíquias sagradas, incluindo o fragmento da cruz, em uma capela de seu palácio, o Sessorianum. A Basílica da Santa Cruz em Roma é, portanto, uma parte de Jerusalém na cidade Eterna. Foi construída e ampliada a partir de uma capela erguida sobre a terra trazida da Terra Santa. É um baú de relíquias e obras de arte. Tudo é projetado para ser um hino ao símbolo mais reconhecível e sagrado de todo o cristianismo.

 

A fachada como a vemos hoje remonta ao século XVIII, sob o pontificado de Bento XIV, projetada pelos arquitetos Domenico Gregorini e Pietro Passalacqua. Ao longo do tempo sofreu algumas alterações, como a capela das relíquias, no final do caminho da Via Crucis, erguida na era moderna para abrigar objetos sagrados que antes eram guardados num ambiente úmido e impróprio. Entre as relíquias, além do Titulus Crucis, encontram-se alguns fragmentos da Cruz de Cristo guardados numa “stauroteca”, ou seja, um relicário em forma de cruz, como indica a sua etimologia do grego, stauròs, ou seja, cruz, e theke, que significa agrupamento, coleção.

 

Um relicário precioso

 

O relicário alojado na Basílica de Santa Cruz é uma preciosa cruz de ouro de Giuseppe Valadier, do início do século XIX. O precioso relicário foi encomendado ao arquiteto pela duquesa espanhola de Villehermosa para substituir o anterior, confiscado em 1798. É em prata dourada e lápis-lazúli, com figuras de anjos voadores e da Virgem aos pés da cruz.

 

Fragmentos da cruz no mundo cristão

 

Lascas da madeira preciosa são encontradas não apenas na Basílica de Santa Cruz ou São Pedro, no relicário de São Justino, mas em muitos outros lugares da Itália, Europa e outros. Os mais famosos encontram-se na Notre Dame de Paris, na Catedral de Pisa e em Santa Maria del Fiore, em Florença.

 

O culto das relíquias não é ligado à matéria em si

 

Faz-se uma pausa na reflexão para compreender o valor, para o fiel, das relíquias, que não se limitam ao objeto em si ou mesmo à sua integridade. Basta que um fragmento sagrado entre em contato com um objeto anônimo para transmitir sua sacralidade. Uma transmissão que permitiu a fragmentação de objetos sagrados e também de restos mortais de santos e mártires. Assim se explica por que diferentes partes do corpo de um santo, por exemplo, se encontram em lugares diversos e expostas à devoção dos fiéis. São testemunhas espirituais vivas e, portanto, não vinculadas ao conceito material de integridade.